Sempre fui uma pessoa diurna. A manhã era o meu momento mais produtivo: estudava, trabalhava e sentia que o dia rendia mais.

Quando me mudei de cidade com meu esposo e nossos três filhos ainda pequenos, sendo a mais nova um bebê de um ano, vi a necessidade de encontrar um tempo para fazer algo por mim, foi então que descobri na madrugada um momento só meu, sem distrações. Enquanto todos dormiam, eu lia, escrevia e estudava assuntos que fortaleciam meu desenvolvimento pessoal e minha fé.

Em 2018, criei o blog Madrugada Produtiva, onde compartilhei aprendizados da minha vida de mãe e reflexões sobre tudo o que estudava. Porém, com a chegada da pandemia em 2020, acabei fechando o blog para me dedicar a outros projetos, mas a madrugada continuou sendo minha aliada.

Acordar antes do amanhecer, enquanto todos ainda dormem, e ouvir o som dos passarinhos sempre fez parte da minha rotina.  Quando as crianças acordavam, eu já havia tido meu tempo comigo mesma.

Em 2024, meus hábitos matinais mudaram novamente. O estudo de Direito deu lugar às orações. Passei por momentos muito difíceis com a internação e a morte do meu pai e, logo em seguida, com a doença e o falecimento da minha mãe.

Foi na oração da madrugada que encontrei minha paz, meu refúgio, minha sustentação para enfrentar os dias no hospital e depois a dor do luto.

Com a perda dos meus pais, veio uma inquietação dentro de mim. Comecei a me questionar sobre o que realmente me faz bem e, nesse processo, me lembrei do início do blog. Lembrei de quando colocava no papel tudo o que sentia, de como as reflexões faziam sentido para mim. Sentia falta das páginas do caderno acolhendo meus desabafos e dos livros de desenvolvimento pessoal que tanto me ajudavam a refletir sobre a vida e a querer ser uma pessoa melhor.

Por isso, hoje retomo o blog Madrugada Produtiva. Ele não é mais o mesmo de antes—assim como eu também não sou a mesma de cinco anos atrás. A vida nos molda, e, graças a Deus, mudamos ao longo do caminho.

Alguns artigos daquela época se perderam, outros serão reformulados, e alguns serão excluídos, pois já não fazem sentido.

Agora, recomeço essa jornada de introspecção, permitindo-me seguir por um caminho que ressoe com quem sou hoje. E ficarei muito feliz em ter a sua companhia nessa caminhada.